• Palmital, 04 de Maio de 2024.

Sete pessoas são presas em operação da PF que apura transporte de armas e drogas em meio a cargas de carne suína

Sete pessoas foram presas no oeste do Paraná nesta terça-feira (12) em operação da Polícia Federal (PF) que apura transporte de armas e drogas em meio a cargas de carne suína. Duas pessoas com mandados de prisão preventiva não foram localizadas e são consideradas foragidas.
 
A "Operação Impura" é continuidade de uma investigação iniciada em julho deste ano após a prisão de um homem, em Cambé, no norte do Paraná, com um caminhão frigorífico com 3,3 mil kg de maconha e 82 armas de fogo, de calibre de uso restrito, em meio a dez toneladas de carne de porco.
 
Foram cumpridos também dez mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça Federal de Londrina, no norte do Paraná. Nove foram no Paraná e um no Rio de Janeiro em endereço apontado como sendo do comprador das armas.


Como funcionava o esquema

O delegado de Polícia Federal (PF), Hugo Mendonça, afirmou nesta terça (12) que a empresa frigorifica não tem ligação com o grupo. Isso porque segundo a investigação, o caminhão saia da indústria sem ilícitos e lacrado.

Era após a saída do local, que ocorria o crime. A polícia apurou que o veículo era levado a um local escolhido pelo grupo e onde cuidadosamente eram colocadas as armas e drogas, sem que o lacre fosse rompido.
 
"Eles saiam da empresa sem nenhum problema, sem nenhuma mercadoria ilícita, eles paravam em um local que eles escolhiam e nesse local eles tiravam a porta do caminhão, geralmente na madrugada, inseriam as armas e as drogas, fechavam o caminhão e continuavam a viagem. [...] eles abriam a porta sem romper o lacre", explicou o delegado.
 
Diferentemente da indústria frigorífica que não tinha parte no esquema, a empresa responsável pelo transporte da carne era envolvida no crime, segundo Mendonça.

Conforme o delegado, a empresa possuía apenas um caminhão operando.

Para que o transporte das drogas e armas fosse realizado sem chamar a atenção da autoridades policiais, ele estava com toda documentação em dia e por transportar carne, com a necessidade de ser mantido lacrado, os criminosos encontraram a brecha para que os ilícitos não fossem identificados.

"[Os criminosos] sabem que a fiscalização, por ter uma condição especial, tem que ficar refrigerado e o caminhão é lacrado, então questão de deslacrar fica mais complicado para fiscalização. [...] Utilizavam esse mecanismo para poder realizar essas transportes ilícitos", explicou Mendonça.

Foram presos nesta terça (12), o motorista, os auxiliares, intermediários das armas e drogas, o responsável pela empresa de transporte rodoviário que realizou os fretes e dois vigilantes de segurança privada que forneciam acesso ao grupo criminoso para que pudessem carregar o caminhão frigorífico com armas e drogas.


Trânsito das drogas e armas 

As cargas eram transportadas da região de Foz do Iguaçu, no oeste do estado com destino ao Rio de Janeiro e também São Paulo.

A investigação apurou que que o grupo criminoso trazia as drogas e armas de países da fronteira ao Brasil, através de Foz do Iguaçu.

Para que produtos ilegais não fossem identificados, eram colocados em meio às cargas de carne regulares e com notas fiscais, conhecimento de transporte eletrônico (CTE) e lacre.

O caminhão que era usado no transporte, estava regular e a polícia concluiu que a empresa proprietária da carga de proteína animal não tinha envolvimento com os fatos.


Fonte: G1/RPC PARANÁ