• Palmital, 03 de Maio de 2024.

Motociclista que apalpou nádegas de pedestre é condenado e participará de projeto que fala sobre masculinidade tóxica

O homem de 32 anos que apalpou as nádegas de uma pedestre quanto pilotava uma moto foi condenado por importunação sexual e lesão corporal.

O caso aconteceu em 31 de janeiro deste ano em Ponta Grossa, Campos Gerais do Paraná, e foi registrado por uma câmera de segurança. O suspeito passa uma vez pela rua, antes do crime. Segundo a investigação, ele percebe que não há movimento, retorna e apalpa a vítima.

A sentença determinou a perda da moto em favor da União, o pagamento de todas as custas do processo e a pena de um ano, dois meses e 17 dias de reclusão em regime aberto.

A reclusão foi substituída por pena restritiva de direitos, consistente na participação obrigatória do réu no Projeto Elos, do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

“Projeto perfeito para servir como cumprimento da restrição penal aqui aplicada, eis que terá lá a oportunidade de ouvir sobre machismo estrutural, masculinidade tóxica e outros temas ligados ao gênero”, determinou a sentença judicial.

A justificativa é que a substituição leva em conta o caráter pedagógico.

“Há que se ter em mente que o crime tem viés de gênero, eis que claramente a vítima fora abordada por ser mulher. [...] O machismo estrutural que está por trás da conduta do réu (no sentido de considerar o corpo de uma mulher como objeto, que pode ser tocado a seu bel prazer) demanda educação para arrefecer”, diz a sentença.

O processo corre em sigilo e o nome do condenado não foi revelado.
 

Vítima ficou sem reação xxxx

O caso aconteceu no bairro Oficinas.

Na época a vítima, que preferiu não ser identificada, contou como tudo aconteceu. Ela voltava da academia no momento do crime.

"A hora que eu percebi, ele já estava em cima de mim, realmente né? Senti a dor no momento, não sabia se tinha sido um assalto ou realmente uma importunação. Eu fiquei totalmente sem reação. Não tive reação nenhuma, só gritei com ele, falei que era um absurdo", afirmou.

"Em nenhum momento uma mulher dá o direito de um homem chegar perto de você e fazer isso que ele fez, né?", afirmou a vítima.
 

Importância do boletim

A Polícia Civil reforça que toda vítima de crime de importunação sexual ou semelhante deve procurar uma delegacia e fazer o registro do Boletim de Ocorrência.

Para casos de violência doméstica, também é possível realizar um registro online, na Delegacia Eletrônica.
 


Fonte: G1/RPC PARANÁ