• Palmital, 03 de Maio de 2024.

Sete são presos em operação que investiga tráfico de drogas coordenado por presidiários e homicídios por guerra de facções

A Operação Pax, que investiga um esquema de tráfico de drogas coordenado de dentro de presídios e uma série de homicídios em uma "guerra" de facções criminosas, prendeu sete pessoas e cumpriu 26 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (7).
 
As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, Campos Gerais do Paraná, foram cumpridas em Ponta Grossa, Curitiba e São José dos Pinhais, e também nos estados de São Paulo (Birigüi) e Rondônia (Porto Velho).
 
Das cidades citadas, apenas em Birigüi (SP) não houve prisões.
 
Cinco prisões foram preventivas e duas em flagrante por tráfico de drogas e porte de munições - ambas em Ponta Grossa.
 
As investigações são coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
 
As buscas foram realizadas em residências, empresas e na Casa de Custódia de São José dos Pinhais para a localização de materiais ilícitos e aparelhos celulares, "uma vez que muitos dos presos da organização criminosa, inclusive a principal liderança do grupo, estariam envolvidos na prática de crimes a partir dos estabelecimentos penais", aponta o MP.
 
O líder da organização criminosa foi preso no Rio de Janeiro em dezembro do ano passado e atualmente encontra-se em presídio federal de segurança máxima.
 
 
Investigações

As investigações iniciaram há dois anos, com a identificação de uma organização suspeita de tráfico de drogas e armas.
 
"Para dominar o mercado ilícito, integrantes da organização teriam eliminado vários componentes de grupos rivais, tanto em Ponta Grossa como em outras regiões do estado. Segundo apurado, o grupo agia sem permitir qualquer possibilidade de defesa às vítimas, com dezenas de disparos de armas de fogo e, em algumas ocasiões, com emprego de armas de calibre restrito, como fuzis", explica o MP.
 
Esse contexto de “guerra de facções”, apontaram as investigações, teria sido responsável pelo aumento do número de homicídios na região de Ponta Grossa em anos anteriores.
 
O delegado da Polícia Civil Fernando Jasinski ressalta que a investigação também apurou a prática do crime de lavagem de dinheiro.
 
"Constatando-se a utilização de laranjas para movimentações de dezenas de milhões de reais, identificou-se novos integrantes dessa organização criminosa e também outros crimes praticados, como tráfico de drogas, posse e porte ilegal de arma de fogo, falsidade ideológica, dentre outros", explica.
 

Fase anterior

A primeira fase da operação foi deflagrada em 2022 e teve como objetivo desarticular a organização criminosa.

Na época, oito pessoas foram presas e um policial militar foi suspenso suspeito de ajudar a organização fornecendo informações privilegiadas e sigilosas.
 
Entre os crimes atribuídos ao grupo, conforme as investigações, está a morte de uma advogada em Ponta Grossa em março de 2022.

Os documentos indicam homicídios e tentativas de assassinatos registrados em Ponta Grossa entre 2021 e 2022 ligados a um conflito entre facções criminosas.
 
De acordo com o MP, a organização criminosa faz uso de armamentos de calibres restritos para cometer os crimes.
 
A partir dessa primeira etapa, houve a propositura pelo Gaeco de Ponta Grossa de duas ações penais contra 16 pessoas pelos crimes de organização criminosa, porte e posse irregular de armas de fogo de uso permitido e restrito, disparos de arma de fogo e uso de documentos falsos.



Fonte: G1/RPC PARANÁ