• Palmital, 29 de Abril de 2024.

Operação prende três policiais militares suspeitos de executar agiota mediante pagamento de propina

Três policiais militares foram presos durante a segunda fase da operação Mar Vermelho, nesta quarta-feira (6), em Ibiporã, norte do Paraná. Eles são suspeitos de matar um agiota mediante pagamento de propina.
 
Os nomes dos agentes presos não foi divulgado. O crime que motivou a operação, segundo a investigação, foi registrado inicialmente como um confronto policial.
 
Ao todo, a operação cumpriu seis mandados de prisão preventiva, um mandado de imposição de medidas cautelares e sete de busca e apreensão. A ação foi coordenada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
 
Em nota, a PM informou que a "Polícia Militar do Paraná não coaduna com qualquer desvio de conduta e promove diariamente os direitos humanos e o rigoroso cumprimento das leis".
 
A defesa dos três PMs disse que a "prisão preventiva é completamente desnecessária e desarrazoada" e que os agentes agiram "dentro da legalidade".
 
Conforme o órgão, os agentes presos estavam usando tornozeleira eletrônica desde a primeira fase da operação. Um quarto agente envolvido no crime está preso. Os suspeitos são três praças e um oficial.
 
De acordo com o MP, a operação desta quarta foi possível a partir de novos fatos descobertos, como um pedido dos policiais para que um comércio da região desligasse as câmeras.
 
"No curso das investigações, foram descobertos fatos novos que permitiram a formulação do pedido de prisão – entre eles, o de que, instantes antes da prática do crime, policiais estiveram em um estabelecimento comercial vizinho e determinaram que as câmeras de monitoramento fossem desligadas, para evitar que a ação criminosa fosse gravada", disse o MP.
 
 
Além dos policiais, uma ex-vereadora de Alvorada do Sul, suspeita de ter ligação com as ações, também foi alvo, bem como o pai e o irmão. Um deles é considerado foragido.
 
O balanço completo da operação deve ser divulgado ao longo da manhã desta quarta.
 

Pagamento de propina xxxx

Segundo o MP, as investigações começaram após uma morte de um agiota na região central de Ibiporã, em 10 de setembro de 2021.
 
Inicialmente, o caso foi tratado como confronto policial, mas o Grupo de Operações Especiais (Gaeco) identificou que os agentes praticaram a execução mediante ao pagamento de propina.
 
Segundo os policiais informaram ao MP, uma família de Bela Vista do Paraíso, entre eles uma ex-vereadora, contraíram uma dívida de cerca de R$ 180 mil com agiotas de Londrina.
 
Após a dívida acumular, eles contrataram os militares para que matassem os dois agiotas que estavam fazendo a cobrança. O valor pago para a execução foi de aproximadamente R$ 100 mil, segundo a polícia.
 

Agiotas atraídos para o crime 

No dia da ação, os suspeitos de contratar os policiais atraíram os dois agiotas até Ibiporã em um centro comercial.

Feito o pagamento, as vítimas saíram do local e foram abordados pelos agentes. Poucos metros depois, foram baleados pelos policiais. Um deles morreu, o outro conseguiu escapar.
 

Presos xxxx

Os três agentes estavam cumprindo medidas cautelares com o uso de tornozeleira eletrônica. Um quarto policial envolvido está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

Segundo o MP, a ex-vereadora também está utilizando tornozeleira eletrônica e responde em liberdade.



Fonte: G1/RPC PARANÁ