PF cumpre mandados em Foz do Iguaçu e Ponta Grossa contra suspeitos de tráfico internacional de armas
Uma operação cumpriu mandados nesta terça-feira (5) em Foz do Iguaçu, no oeste, e em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, contra suspeitos de tráfico internacional de armas.
De acordo com a Polícia Federal (PF), que coordena a operação, os alvos são suspeitos de entregar 43 mil armas para facções brasileiras. O principal alvo é o argentino Diego Hernan Dirísio, apontado pela Polícia Federal como o maior contrabandista de armas da América do Sul.
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre quais mandados foram cumpridos no Paraná, nem sobre quem são os alvos no estado. A operação é resultado de uma investigação que começou na Bahia.
De acordo com a PF, estima-se que desde o início das investigações, foram importadas cerca de 43 mil armas para o Paraguai, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos.
No período, foram apreendidas 659 armas no Brasil, nos seguintes estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.
Para a operação desta terça, foram expedidos 25 mandados de prisões preventivas, seis ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e Estados Unidos.
No Brasil, além de Ponta Grossa e Foz do Iguaçu, mandados também foram cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Sorocaba (SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).
"Engrenagem multimilionária", diz investigação
A investigação que resultou na operação desta terça começou na Delegacia da Polícia em Vitória da Conquista, na Bahia, em 2020, local em que dois suspeitos foram presos em flagrante com 23 pistolas de origem croata e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores.
Conforme a investigação, a polícia encontrou "uma complexa e multimilionária engrenagem" de tráfico de armas de fogo da Europa para a América do Sul.
A polícia apurou que uma empresa sediada em Assunção, no Paraguai, foi responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
De acordo com a polícia, as armas eram importadas da Europa para o Paraguai, onde eram raspadas e revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira do Brasil com Paraguai, para serem revendidas às principais facções criminosas do Brasil.
Além da Polícia Federal, a ação foi realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD-PY), com o Ministério Público do Paraguai.
Fonte: G1/RPC PARANÁ
