• Palmital, 15 de Maio de 2024.

PM e pai de jovem denunciado por racismo dá voz de prisão para mãe de aluna que fez acusação, diz colégio

Um sargento da Polícia Militar (PM-PR), pai de um aluno acusado de racismo, deu voz de prisão para a mãe da aluna que denunciou o jovem. 

O caso aconteceu no Colégio Estadual do Paraná (CEP), em Curitiba, durante uma reunião pedagógica para tratar da denúncia. A situação foi na noite de segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra.
 
Nas imagens, é possível ver a mãe da aluna dizendo que o PM não pode mantê-la presa no colégio. Como resposta, ele diz: "Eu vou algemar a senhora. A senhora quer ficar algemada?".

Outras pessoas intervêm na discussão e repudiam a atitude do policial, que estava fardado.
Em determinado momento, é possível ver o policial indo atrás da mulher, tentando impedi-la de se afastar do local.

Em seguida, é possível ouvir a mãe, com a voz trêmula, repudiando a atitude do PM, enquanto outras pessoas falam com ele ao fundo.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), a situação precisou ser contida pela Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), da PM. Foi a direção da escola que acionou a equipe da polícia.

Em nota, o colégio avaliou o caso como lamentável e classificou a atitude do PM como abuso de autoridade.

Até a publicação desta reportagem, a PM não tinha se manifestado sobre o caso.
 

A briga, segundo o colégio e a Seed

Conforme a Seed, o caso de racismo que motivou a reunião pedagógica envolveu dois alunos. Já o Colégio Estadual do Paraná falou em cinco alunos envolvidos na situação.
Em nota, o colégio disse que a "situação escalou" e, depois da reunião, com as atas assinadas, a briga começou. O colégio também destacou que o policial estava armado no local. A Seed não mencionou esta informação.

Sobre a briga, o CEP disse que "as ações dos pais estão além do escopo da escola" e que reforça que "não tem competência para intervir em assuntos externos à esfera educacional".

"Destacamos que, em relação ao ocorrido, não recai sobre a escola, responsabilidade sobre a ação dos pais, estando a instituição comprometida com as questões pedagógicas, frente à resolução do caso de racismo envolvendo os estudantes. Inclusive, a escola fez atendimentos individuais e coletivos, todos com registros de orientações pedagógicas a todos os envolvidos", diz o colégio.

Ainda segundo o colégio, depois da briga, a mãe da estudante registrou Boletim de Ocorrência por abuso de autoridade. O sargento também registrou boletim, mas por desacato e injúria, de acordo com o CEP.

Sobre o caso, a Secretaria de Educação também disse que a atitude dos pais dos alunos está além do escopo da escola, e disse que o colégio está colaborando com as autoridades competentes para esclarecer o caso.

A Secretaria de Educação informou, ainda, que os casos, incluindo a denúncia de racismo anterior à briga, estão sendo investigados pela Polícia Civil (PC-PR).

Em nota, a Polícia Civil afirmou que os envolvidos foram encaminhados pela PM à Central de Flagrantes, disse que ambos foram ouvidos e assinaram termo circunstanciado.

O 1º Distrito ficará responsável pelas diligências complementares.
 


Fonte: G1/RPC PARANÁ