• Palmital, 21 de Maio de 2024.

Condenado por estuprar mulher com paralisia cerebral é preso suspeito de voltar à casa da vítima e torturá-la, diz delegado

Um homem de 52 anos foi preso preventivamente suspeito de torturar, por mais de uma vez, uma mulher de 29 anos que possui paralisia cerebral.
 
A prisão aconteceu nesta quinta-feira (16) em Sengés, nos Campos Gerais do Paraná, nove anos após ele ser condenado por estuprar a mesma vítima - que engravidou no ato do abuso. Na época, ele era padrasto da vítima.
 
De acordo com o delegado da Polícia Civil Gabriel Munhoz, responsável pela investigação, agora o novo caso veio à tona após denúncias de professoras da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
 
"As professoras passaram a notar algumas lesões na mulher, tais como hematomas e queimaduras feitas com 'bitucas' de cigarro na região dos seios e também do rosto", relata.
 
Segundo ele, quando contatada pela Apae, a mãe da vítima - e ex-namorada do homem - justificava as lesões como acidentes.
 
Ela foi interrogada e indiciada por omissão de tortura, e vai responder o caso em liberdade.
 
O homem foi levado à Cadeia Pública de Jaguariaíva.
 

Entenda os crimes

O delegado da Polícia Civil explica que em 2014 o homem foi condenado pelo delito de estupro de vulnerável e permaneceu preso até meados de 2019.
 
"Com a soltura, o indivíduo passou novamente a frequentar a residência da vítima, sob o pretexto de levar a pensão do filho [fruto do estupro]"
, explica o delegado.
 
Após as denúncias das professoras da Apae, a vítima confirmou os crimes à polícia, afirma ele.
 
"Ainda de acordo com relato da vítima, a mãe tinha plena ciência da situação, razão pela qual também foi interrogada e indiciada pela modalidade de tortura omissiva, uma vez que não somente aceitou que o abusador da filha voltasse a frequentar a residência, como foi absolutamente omissa em evitar as lesões na vítima", ressalta Gabriel Munhoz.
 

Casos de estupro crescem no Paraná

A quantidade de crimes de estupro cresceu no Paraná. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022 o estado registrou 5.125 casos - 7,3% a mais do que no ano anterior.
 
A pesquisa, desenvolvida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou que 1.409 crimes como este foram cometidos no Paraná em 2021. Em 2022, o número foi para 1.523.
 
O anuário revelou, ainda, que o estupro de vulnerável cresceu 3,7% no Paraná. Em 2021, 4.906 menores foram vítimas do crime. Em 2022, o número foi para 5.125.
 
No Brasil, a pesquisa também expõe dados alarmantes: o país atingiu o maior número de registros de estupro e estupro de vulnerável da história, com 74.930 vítimas.


Fonte: G1/RPC PARANÁ